Em nossos anos atendendo microempreendedores, notamos que a formalização pelo Simples Nacional revolucionou o modo como pequenos negócios cuidam de suas obrigações. Ainda assim, muita gente confunde o que, de fato, significa ser MEI dentro desse regime e quais são as exigências e vantagens diárias. Decidimos criar este guia prático para ajudar a descomplicar essa rotina, aproveitando tudo o que o enquadramento pode trazer para quem toca o próprio negócio nas ruas, no computador de casa, nos deliverys ou nos serviços presenciais.
O que é o Simples Nacional aplicado ao MEI
Simples Nacional é um regime tributário que, para o MEI, representa acesso à formalização simplificada, obrigações enxutas e benefícios importantes para o futuro financeiro e previdenciário do microempreendedor. Criado para facilitar a vida de quem está começando, reúne impostos federais, estaduais e municipais em um único pagamento: a guia DAS. A principal regra para se tornar MEI é respeitar o limite de faturamento anual e exercer atividades permitidas pela legislação.

Como se tornar MEI pelo Simples Nacional
A formalização como Microempreendedor Individual é feita digitalmente, bastando acessar o portal oficial do governo, preencher dados pessoais, selecionar a atividade econômica (CNAE) e informar endereço. Não há custo na abertura do CNPJ do MEI.
- Faturamento anual: No MEI, o limite é de R$ 81.000 por ano (ou proporcional desde a abertura); se passar desse valor, perde-se esse enquadramento e é preciso migrar para outro porte.
- Atividades permitidas: Nem toda profissão pode ser MEI, existe uma lista detalhada no portal do empreendedor.
- Funcionário: O MEI pode contratar, no máximo, 1 empregado, que também tem direitos garantidos (salário-mínimo, INSS, FGTS...)
Formalizar-se como MEI leva minutos e pode mudar toda sua rotina.
Já ajudamos muitos recém-formalizados na Prèzzo Contabilidade a entender que se tornar MEI não é só “pegar um CNPJ”. Inicia-se uma jornada que, desde cedo, exige atenção ao pagamento de tributos, emissão de notas e, principalmente, dedicação ao crescimento regular e sustentável do próprio negócio.
Vantagens do Simples Nacional para o microempreendedor
Escolher esse regime traz consequências diretas para o bolso e para sua tranquilidade no dia a dia. Reunimos abaixo os pontos que sempre destacamos nas consultorias:
- Tudo em um só boleto: Tributos simplificados em única guia mensal (DAS)
- Menos burocracia para declarar e pagar impostos
- Acesso facilitado a crédito bancário
- Direitos previdenciários (aposentadoria, auxílio-doença, etc.)
- Poder emitir notas fiscais para clientes e aumentar sua clientela
- Área privativa no portal, facilitando o controle de informações
Unificação de tributos e rotina descomplicada
No MEI, o Simples Nacional significa menos obrigações e, na prática, menos preocupações. Você não precisa se preocupar em separar guias diferentes nem perder tempo com receitas, estados e municípios em processos distintos. O valor da guia é calculado todo mês conforme legislação vigente, variando conforme atividade principal (comércio, serviço ou ambos).
Segundo o UOL Economia, o cálculo do DAS-MEI leva em conta 5% do salário-mínimo + R$ 1 (comércio), R$ 5 (serviço) ou R$ 6 (atividade mista). Esse valor deve ser pago até o dia 20 de cada mês, sob risco de perder benefícios previdenciários e até o CNPJ em casos de inadimplência prolongada.
Uma só guia. Todos os impostos resolvidos em minutos.
Obrigações: quais são, como cumprir e o que não esquecer
Apesar de todas as facilidades do Simples Nacional para o MEI, existem obrigações que não podem ser ignoradas. Não cair na malha fina, manter o CNPJ ativo e conseguir aproveitar os direitos previdenciários depende desse controle.
Pagamento da guia DAS
A guia DAS deve ser gerada todos os meses, no Portal do Empreendedor. Seu valor é fixo, ajustado todo início de ano pelo novo salário-mínimo. Manter esse pagamento em dia é o passo principal para garantir a regularização e não perder direitos. Pagamentos atrasados geram multas e, se acumulados, podem provocar até o cancelamento do CNPJ.
- Acesse o Portal do Empreendedor;
- Gere a guia do mês atual;
- Pague até o dia 20;
- Se atrasar, quite o valor corrigido pelo sistema.
Emissão de notas fiscais: quando é indispensável?
Entre as dúvidas mais comuns que recebemos na Prèzzo Contabilidade, a emissão de nota fiscal lidera o ranking. O MEI precisa emitir nota fiscal sempre que vender ou prestar serviço para outra empresa (pessoa jurídica), mesmo que o cliente não solicite.
O recebimento, por exemplo, de valores de uma empresa de e-commerce, prestação de serviço para outra empresa ou venda via marketplace, quase sempre exigirá nota. Para consumidores finais (pessoa física), não é obrigatório, mas pode ser solicitado para maior segurança do cliente. Vale lembrar que, desde 2023, foi criada a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica padrão nacional, simplificando ainda mais o acesso para o MEI (nota fiscal nacional: guia prático para empresas e MEIs).
Nota fiscal: o comprovante da seriedade do seu negócio.
Declaração anual de faturamento
Uma vez por ano, entre janeiro e maio, o MEI precisa declarar quanto faturou no ano anterior (DASN-SIMEI). É uma tarefa rápida, feita diretamente pela internet. O prazo final geralmente é 31 de maio, conforme práticas apresentadas pela Sala do Empreendedor.
- Reúna ao final do ano as notas fiscais emitidas;
- Some as receitas brutas recebidas até 31/12;
- Acesse o sistema do DASN-SIMEI;
- Preencha e envie a declaração em alguns minutos.
A declaração é obrigatória mesmo que não tenha tido faturamento no ano. O descumprimento implica multa e irregularidade no CNPJ.
Certificado digital: é obrigatório?
Para a maioria dos MEIs, não há necessidade de certificado digital para emitir notas fiscais ou cumprir obrigações. Porém, em alguns municípios, dependendo do sistema de emissão da prefeitura, esse certificado pode ser exigido para emissão de Nota Fiscal de Serviços.
Essa situação ocorre principalmente em grandes centros urbanos. Nossa recomendação é sempre consultar o portal da prefeitura e, se surgir dúvida, procurar orientação contábil especializada.
Diferenciando MEI e demais empresas no Simples Nacional
Muitas dúvidas surgem quando o microempreendedor cresce e passa a considerar a migração para microempresa (ME) ou para a categoria de empresa de pequeno porte (EPP), ambas também atendidas pelo Simples Nacional.
- Faturamento: O MEI tem limite anual de R$ 81.000. A ME vai até R$ 360.000 e a EPP até R$ 4,8 milhões.
- Impostos: O MEI paga valores fixos, já as demais empresas pagam percentuais sobre a receita bruta, podendo variar por faixa de faturamento e atividade no regime do Simples Nacional.
- Burocracia: A microempresa e a empresa de pequeno porte têm obrigações acessórias mais amplas, como envio mensal do PGDAS, escrituração contábil e relatórios fiscais periódicos.
- Funcionários contratados: O MEI pode ter 1, ME e EPP podem expandir.
Cresceu? O Simples continua, mas com novas obrigações e cuidados.
Esse movimento de transição é comum. Como mostramos em nossos guias específicos, assim como em abrir e gerenciar uma microempresa em 2026, cada degrau exige uma rotina contábil e fiscal mais atenta. Não se assuste: com informação e acompanhamento, é possível crescer com segurança tributária.
Quando e como ocorre a migração do MEI para outro porte?
O desenquadramento ocorre quando:
- O faturamento excede R$ 81 mil/ano;
- Contrata mais de um funcionário;
- Passa a exercer atividade não permitida para MEI.
Esses são os cenários clássicos que presenciamos em consultorias da Prèzzo Contabilidade. Ao extrapolar algum desses limites, deve-se migrar para ME ou EPP. Nesse momento:
- Há a necessidade de desenquadramento formal, feito pelo portal do Simples Nacional;
- Pode haver pagamento de tributos retroativos pela diferença de impostos no período;
- É obrigatória a escrituração contábil regular, recomenda-se ter apoio de contador, pois a tributação é mais complexa.

Sistemas digitais e consultoria: deixam sua rotina muito mais leve
A informalidade e o controle apenas “no papel” já ficaram no passado. Hoje, existem sistemas digitais para emissão de guias, controle financeiro e gestão de notas fiscais que se integram ao dia a dia do MEI. Na gestão financeira simples que recomendamos aos nossos clientes, vemos ganhos claros:
- Monitoramento do faturamento, evitando ultrapassar o limite do MEI
- Controle dos recebimentos (dinheiro, Pix, cartão, transferências), facilitando relatórios anuais
- Facilidade no acesso à declaração anual e ao relatório financeiro mensal, outra obrigatoriedade (conforme direitos e obrigações do MEI)
- Emissão simplificada de notas fiscais digitais
- Previsão e organização para eventuais auditorias ou consultas fiscais
Gestão digital tira o fardo do papel e dos esquecimentos.
Além disso, a consultoria contábil especializada, como oferecemos na Prèzzo Contabilidade, garante que qualquer novidade ou alteração na legislação seja rapidamente repassada ao empreendedor, evitando problemas e ampliando oportunidades. Em um cenário de constantes mutações fiscais, como a reforma tributária para MEIs, isso é valioso.
Como se manter regular e evitar sustos fiscais?
Reunimos algumas recomendações de nossa experiência atendendo microempreendedores em diferentes setores:
- Tenha controle do faturamento mensal e anual, preferencialmente com sistema digital ou planilhas atualizadas.
- Não esqueça de pagar o DAS até o dia 20 de cada mês.
- Emita notas fiscais para empresas, sempre que houver venda ou prestação de serviço. Para pessoa física, avalie se o cliente solicita.
- Guarde todos os comprovantes, inclusive os relatórios mensais obrigatórios.
- Faça a declaração anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI) mesmo se não tiver movimentação.
- Ao se aproximar do limite de faturamento, busque orientação para planejar o crescimento e evitar surpresas.
- Mantenha contato com uma contabilidade que possa tirar dúvidas e indicar caminhos personalizados.
Muitas vezes, o que gera desenquadramentos ou bloqueios do CNPJ são descuidos pequenos, um mês de DAS em aberto, uma movimentação não declarada, uma nota esquecida. Pequenos detalhes fazem diferença e podem impactar o acesso aos benefícios.
Benefícios previdenciários atrelados ao regime
Um dos maiores atrativos do MEI no Simples Nacional são os benefícios junto ao INSS. Ao recolher mensalmente pelo DAS, o microempreendedor começa a contar tempo de contribuição para se aposentar, ter auxílio-doença, salário-maternidade e outros direitos, como exposto neste artigo da Revista Ciência Dinâmica.
MEI tem direito a aposentadoria e proteção social: só depende de manter o pagamento em dia.
Quais benefícios são garantidos?
- Aposentadoria por idade e por invalidez
- Auxílio-doença
- Salário-maternidade
- Auxílio-reclusão (para dependentes)
- Pensão por morte (para dependentes)
Esses direitos são calculados sobre o salário-mínimo vigente e dependem do tempo mínimo de contribuição para cada caso. Caso o MEI deseje uma aposentadoria maior, pode complementar a previdência.
Exemplos práticos do cotidiano do microempreendedor
Para ilustrar melhor, separamos situações reais que vivenciamos com nossos clientes:
- Bárbara é manicure: todo mês, anota quanto recebeu, paga o DAS pelo aplicativo do banco e, no fim do ano, faz a declaração anual pelo celular.
- Edson trabalha com entrega delivery: ele usa sistema digital para gerar notas para restaurantes e acompanha o quanto está recebendo online, evitando ultrapassar o limite do MEI.
- Marina vende online: ela emite notas fiscais sempre que vende via marketplace. Depois de um ano de vendas em alta, buscou orientação da Prèzzo Contabilidade para migrar para ME, pois ultrapassou o teto.

Novidades e atualizações recentes
É bom lembrar: a legislação está em constante movimento. Projetos como a reforma tributária, os ajustes no limite do MEI e a padronização nacional de notas fiscais têm mudado o cenário ano após ano. No portal da Receita Federal é possível acompanhar estatísticas e dados atualizados sobre o universo do Simples Nacional, ajudando a embasar decisões e prever tendências de mercado. Nós, da Prèzzo Contabilidade, mantemos nossos clientes sempre informados desses movimentos e prontos para ajustar a estratégia, se necessário.
Dicas extras para o microempreendedor navegar tranquilo
- Anote todas as receitas e despesas desde o início do mês;
- Use aplicativos ou sistemas automatizados de gestão, muitos são gratuitos ou têm baixo custo;
- Chegue próximo do limite de faturamento? Planeje-se para não ser pego de surpresa;
- Preze pela emissão de nota fiscal: atualiza controles e amplifica sua credibilidade no mercado;
- Fique de olho nas notícias e em conteúdos educacionais, como os publicados na área privativa e no canal educacional dos clientes Prèzzo Contabilidade.
Regularidade é estar um passo à frente sempre.
Considerações finais: simplicidade sim, mas sem descuido
Muita gente pensa que, por ser simplificado, o Simples Nacional para o MEI dispensa atenção. Em nossa experiência aqui na Prèzzo Contabilidade, entendemos que o segredo está em encarar as obrigações como rotina, sem deixar para a última hora. Sistemas digitais, boa consultoria e o hábito diário de anotar receitas e pagar o DAS em dia são o caminho para crescer sem medo. Formalizar, cumprir o básico e estar atento a mudanças garantem não só os direitos atuais, como protegem o futuro do microempreendedor.
Se você quer mais tranquilidade para empreender, um apoio humano na organização fiscal ou tem planos de expandir a empresa, conheça nossos serviços e faça parte da comunidade de quem empreende de verdade. Nosso atendimento personalizado pelo WhatsApp está pronto para orientar cada etapa do seu negócio!
Perguntas frequentes sobre o Simples Nacional para MEI
O que é o Simples Nacional para MEI?
Trata-se de um regime simplificado de tributação, no qual o MEI paga uma única guia mensal (DAS), que reúne impostos federais, estaduais e municipais. O objetivo é facilitar a formalização de quem tem um pequeno negócio, reduzindo burocracias e assegurando direitos.
Quais são as obrigações do MEI no Simples Nacional?
As principais obrigações do MEI são: pagar mensalmente a guia DAS até o dia 20, emitir nota fiscal para empresas (e, se desejar, para pessoa física), entregar a declaração anual de faturamento e manter relatórios mensais organizados. Em certas cidades pode ser exigido certificado digital para emitir nota de serviços.
Como fazer a declaração anual do MEI?
Entre janeiro e maio de cada ano, o MEI soma o total de receitas brutas (sem descontos), acessa o sistema do DASN-SIMEI e preenche a declaração pela internet. Mesmo que não tenha faturamento no ano, a declaração é obrigatória e evita multas e bloqueio do CNPJ.
Vale a pena ser MEI pelo Simples Nacional?
Em nossa experiência, é vantajoso para quem está começando ou tem receita dentro do limite anual. O regime garante direitos previdenciários, reduz impostos e oferece segurança jurídica com baixa burocracia. Conforme o negócio cresce, pode ser necessário migrar, mas a base que o MEI proporciona é sólida.
Quais benefícios o MEI tem no Simples Nacional?
O MEI tem direito a aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e acesso a crédito, além de legitimidade nas relações comerciais e possibilidade de emitir nota fiscal. O regime viabiliza a formalização segura e o acesso a benefícios do INSS, além de simplificar obrigações fiscais e contábeis.
Regularidade é estar um passo à frente sempre.